2 de fev. de 2008
A Revoada
Revoada é um bando de pássaros que passam a voar rapidamente. Mas em sentido figurado é também uma oportunidade. Neste caso, é uma das obras do meu autor favorito, Gabriel García Márquez. As histórias que ele conta (incluindo «Amor em Tempo de Cólera», que lhe deu o Prémio Nobel em 1982) têm sempre a sua família como personagens. Se lerem «Viver para Contá-la», uma autobiografia, percebem que a vivência da família numerosa (irmãos dos mesmos pais, irmãos de casos anteriores do pai, avós, tias, empregadas) faz parte da vida real e imaginária dele. Há vezes em que o que ele está a contar uma qualquer cena, e já não sabe se aquilo foi o que realmente aconteceu ou se foi como ele imaginou.
Na Revoada, a personagem do «Doutor» enforcou-se. Porque há muitos anos se recusou a ajudar pessoas da aldeia que estavam feridas, estas agora recusam-se a fazer-lhe um funeral. Excepto o coronel, avô do autor, que prometeu ao «Doutor» que lhe poria terra em cima. O avô não quer, contudo, confrontar-se com este desconforto de passar com o corpo pelo meio da aldeia, sozinho. Por isso diz à filha que tem que ir com ele. E a filha, que não quer sentir esse desconforto, leva o filho (o autor). A mesma história é contada pela boca dos 3. Se querem começar a entrar no universo do Gabito, podem começar por esta obra.
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4 comentários:
Minha querida, parece-me que também terás de me emprestar este livro!! :)
Estou a apontar ir dia 15 e voltar 25 - parece-te bem? :)
bjnhs
iii!!! adoro gabriel garcia!!! :)
lês também vargas llosa? borges? a literatura sul americana é apaixonante! emprestaram-me há meses um do pedro juan gutierrez (cubano, truculento, muito intenso e carnal) que devorei num ápice! bj
Ainda não mergulhei a sério na literatura sul-americana. Na verdade, tenho uma outra missão antes disso: ler e ter todos os livros publicados do Gabriel Garcia Marquez.
Da literatura sul americana realço também Isabel Allende e Luis Sepulveda - devoro os livros deles!
Me encantan! ;)
E através do Sepulveda apaixonei-me pelo Chile e pela Patagónia - e um dia hei-de ver com os meus olhos o que o Sepulveda transmite nos livros!
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