31 de jan. de 2009

ULTIMA VEZ > Wim Vandekeybus

O coreógrafo, realizador, actor e fotógrafo dirige a bem conhecida e reconhecida Ultima Vez, uma companhia que reúne, consigo, doze performers, bailarinos/actores, um músico e um escritor, todos vindos de vários países. Belga, nascido em 1963, tem um vasto número de criações que nos deixam entrar no seu mundo artístico com um olhar fascinado e não querendo de lá sair. No caso de Blush, dance film, cada momento é ainda metade do que está para vir.

http://www.dancetouringpartnership.co.uk/blushtour/video.htm
http://www.ultimavez.com/
http://de.youtube.com/watch?v=CywPfvq4Y1c

30 de jan. de 2009

Caixa Dois


Como descobri na wikipedia: "O termo caixa dois refere-se a recursos financeiros não contabilizados e não declarados aos órgãos de fiscalização competentes. (...) Ou seja, caixa dois é um dos instrumentos utilizados para lavagem de dinheiro".
Um negócio sujo é então o ponto de partida deste filme Caixa Dois.
Um número mal colocado vai dar azo a algumas coincidências, que levam a várias tropelias, sempre com muito humor misturado!
Já vi duas vezes este filme e creio que o poderei ver muitas mais porque é mesmo muito cómico!
É engraçado ver estes actores, que eu conhecia de telenovelas brasileiras, a fazer cinema.
Pena que o cinema brasileiro não "invada" a televisão portuguesa da mesma forma que as telenovelas o fazem... É que o Brasil tem filmes muito bons!
[Este filme mostra como um erro "tão pequeno" pode ter consequências enormes - por isso é que se deve sempre conferir a papelada da nossa conta bancária!]

26 de jan. de 2009

Parabéns Lendas e Legendas!


Parabéns ao Letras e Legendas pelo primeiro aniversário [hoje, dia 26, já tem 1 ano e 3 dias!]
Parabéns às letras que preencheram o blog desde o primeiro dia.
Parabéns aos D_Escritores que aqui deixaram as suas visões/opiniões sobre livros, filme, revistas, vídeos, etc.
Parabéns também aos leitores que nos têm acompanhado.
Parabéns a nós todos! :)
Parabéns, parabéns, parabéns!

E agora já ia uma fatia deste bolo, não? ;-)

21 de jan. de 2009

O Segredo de um Cuscuz

Este post, foi logo recuperado (e convenientemente adaptado) para a Take nº11. Leiam e partilhem.

Aqui :. http://www.take.com.pt

Lullabies of the world

Belíssimo, quis logo partilhar : Canções de embalar

Dankaschoen Andrea

Che: Part 1 - The Argentine


Quando falei aos meus colegas de trabalho sobre este filme, fiquei surpreendida porque, embora conhecessem a famosa imagem do Che, não sabiam nada sobre ele!
Che é um ícone, mas parece que há quem não saiba porquê...
Há uns tempos, antes de ver Diarios de motocicleta também eu não sabia muito sobre o Homem [merece um H maiúsculo] que foi Ernesto Guevara. Esse filme mostra a viagem que Ernesto fez pela América Latina, na sua juventude, e como essa experiência o fez ver o mundo de uma outra forma.
Este filme Che mostrou-me um pouco mais deste Homem. Mostrou-me que ele não representa uma revolução mas sim esperança e fé - Che faz-nos ver que é possível ter um mundo melhor, basta querer "lutar" por isso!

Benicio Del Toro está fantástico no papel de Che! [Fiquei fã! :) ]
E o Rodrigo Santoro, lindo como sempre ;) , surpreendeu-me, com um espanhol muito bom, no papel de Raul Castro.
A fotografia do filme está linda, com planos óptimos numa paisagem magnífica.
Agora tenho que esperar pela segunda parte (creio que se intitula "A Guerilha") que deve estrear aqui em Fevereiro, para continuar esta minha "lição" sobre valores e ideais.

Ver trailer da parte 1 aqui.

13 de jan. de 2009

GOOD BYE LENIN!





TRÊS MACACOS



A belíssima primeira sequência do filme, funcionando quase como se fossem frames fotográficos encadeados em sucessão, mostra um carro desaparecendo numa estrada pela noite, percorrendo a estrada e logo desaparecendo numa curva tornando-se um ponto no meio da tela para então ser digerido pelas trevas. À tela completamente negra sucede-se um ronco, um embate, um estrondo, uma travagem, um acaso. E é esse acidente que sucede então que vai precipitar toda a história que é contada no filme, a sua espinha dorsal é essa casualidade.

(...)

Ler o resto da crítica na Take nº 11 em http://www.take.com.pt

12 de jan. de 2009

PARIS 36



Paris em 1936 era ainda demasiado calma para antever o que se passaria nos anos seguintes e idilicamente serena nos seus bairros de periferia ainda bem próximos do centro da cidade (os tais faubourg que seriam chamados posteriormente de banlieu, termo que prevaleceu). A vida de bairro com a Torre Eiffel como cenário sucumbe ao marasmo do quotidiano do café e do repassar da vida alheia, sendo unicamente cortada pelo teatro de bairro em apresentações participadas vivamente por toda a vizinhança, o Chansonia.

(...)

Ler o resto da crítica na Take nº 12 em http://www.take.com.pt

GOMORRA



Roberto Saviano contou no livro - o tal da imagem - o que lhe revelaram sobre a mafia napolitana (a famosíssima Camorra em todos os seus cambiantes sujos e diversas áreas de actividade), para que depois Matteo Garrone o passasse a filme. Saviano adaptou o livro para argumento fílmico e depois de tanto hype em redor de ambos os objectos (livro e filme), vive agora permanentemente acossado pela mafia e sob protecção policial 24 sobre 24 horas. Efeitos e reacções conhecidas? Recordam-se de Rushdie?

O filme difere do livro essencialmente na forma em como é narrado, neste o relato é na primeira pessoa através do olhar de Franco, naquele Franco resume-se a uma personagem numa das cinco histórias que o filme documenta. E nestas cinco histórias desvenda-se a cara feia da mafia napolitana em toda a sua beleza própria (passo o contrasenso) numa peça que não é documental mas é um documento - e que poderia até chamar de um documental encenado. A filmagem é tão brutal e crua como o que nos é mostrado, sem a simplicidade e polidez de um Godfather ou Sopranos. Aqui mata-se e morre-se em guerras de território e vinganças acertadas em que a sobrevivência é o fundamental. E Gomorra é Camorra como é também Gomorra de Sodoma. A referência bíblica no nome é proverbial.

Este não é o estereótipo de filme de mafia que conhecemos mas é o paradigma do género - o mafioso engomado existe mas é o de pé descalço que é o real e é este que não tem rebates de consciência ao assassinar uma criança ou a tomar como alvo inocentes para atingir terceiros. Aqui é a vida feia e dura dos bairros de Nápoles que se mostra.sem luz especial nem tratamento de cenário ou maquilhagem acessória - é a pureza da fealdade.

A direcção de actores podia ser melhor, mesmo que trabalhando com amadores - tomo como exemplo Cidade de Deus, com uma direcção de actores excepcional e com o cast a integrar imensos locais (como curiosidade refira-se que em ambos os filmes elementos da produção foram presos posteriormente pelas mesmas razões que os levaram a interpretar nos filmes).

Um grande filme europeu a não perder. E nunca, nunca um doc mas um documento. A rever.

Visto no UCI, em companhia de gente linda, Küssen

Enlace | http://www.imdb.com/title/tt0929425

11 de jan. de 2009

Querido Diário




E por 5,95€ na FNAC se vê mais um fantástico filme do Nanni Moretti, «Querido Diário», pelo qual recebeu o prémio de melhor realizador em Cannes em 1994. É um filme autobiográfico dividido em 3 capítulos: no primeiro ele passeia de Vespa por Roma, no segundo ele viaja por diferente ilhas da Sicília à procura de sossego para trabalhar, e no último conta a história dos imensos erros médicos a que foi sujeito durante um ano até lhe diagnosticarem um tumor. É inacreditável como há cenas que vistas pela lente de outro realizador seriam aborrecidas e sonolentas. Como aquela em que ele visita o local onde Pasolini foi morto, em que se vê apenas Moretti a andar de mota por uma estrada que parece não acabar, só mota, só estrada, ao som do fantástico Koln Concert do Keith Jarrett. É isso que acho surpreendente no Moretti: consegue mostrar-nos o real de forma surreal.

9 de jan. de 2009

ROOKIE



Na sua edição em Portugal o filme surge titulado como Rookie, O Profissional em Perigo e aqui escuso-me de comentar a eficiente máquina de tradução que insiste em cometer trapalhadas (e nem adianta dizer que o filme é de 1990 e que quem 'ornamenta' os títulos são os boys das produtoras e não os tradutores / linguistas - não é desculpa, a isto eu chamaria as bUrradas).

Chamava-lhe O Novato e basta!

Este é um protótipo dos filmes de polícias que preencheram as décadas de 70 a 80 e que tiveram o seu reflexo na televisão (Hill Street Blues). Aqui Eastwood recuperou a personagem do Dirty Harry, alterando-lhe apenas o nome mas mantendo todos os atributos do mítico Callahan: ferocidade e imprevisibilidade e dedo fácil no gatilho (e afinando-lhe ainda o humor). O filme torna-se hilariante por todas as fórmulas que agora lhe reconhecemos - e a previsibilidade serve-se agora, passados 18 anos, a traços de gargalhada.

A direcção de actores é trapalhona (Raul Julia falha como alemão e Sónia Braga é irregular - abre a boca quase no fim do filme), mas o que realmente me impressionou foi o trabalho de câmara, os ângulos fechados e picados, o enquadramento dinâmico e fechado e o entusiasmo nas cenas de luta!
O filme até é apetecível e é uma alternativa possível para uma noite qualquer em que apeteça filme no sofá.

Visto na Cinemateca dentro do ciclo Clint Eastwood - Um homem com Passado : CS Movie Group

Rookie : http://www.imdb.com/title/tt0100514/
Hill Street Blues : http://www.youtube.com/watch?v=yevI8xCAKuc

8 de jan. de 2009

PEREGRINAÇÃO


''E nisto vieram a parar meus serviços de vinte e um anos, nos quais fui treze vezes cativo e dezasseis vendido, por causa dos desventurados sucessos que atrás no discurso desta minha tão longa peregrinação largamente deixo contados.''

in Peregrinação


Fernão mentes? Minto!


Esta é a expressão que saltita sempre da boca de um português quando se fala de Fernão Mendes Pinto, acompanhando-a ainda de um sorriso malicioso de que não se sabe muito bem o sentido - levemente se nos apresenta como um pregão aplicável sobre quem muito apregoa e nada realiza.

Mas como Marco Polo, também Fernão Mendes Pinto sofreu muito do estigma da incompreensão e da incredulidade ao seu tempo e muito partiu da irredutível concepção do mundo na epoca. Se para o primeiro, o texto e os detalhes eram altamente improváveis para o tempo e assim facilmente arredados; do segundo não era muito por aí, pelo detalhe, mas surgia também como inconcebível a quantidade de países, de governantes, de aventuras e de obstáculos pelos quais passou saindo sempre ileso.

O homem era um couraçado! O homem sobreviveu a tudo, o homem era dessa fina prata e do mais temido e resistente bronze de que se fizeram os nossos conquistadores e aventureiros daquele império que forjámos em sangue e lágrimas. E sempre com o credo na boca, sempre com a infinita crença em Deus e nos seus imprevisíveis desígnios. Acompanhado na sua intermitente bem-aventurança pontuada milhentas vezes de desastres e naufrágios (em muitos dos quais Fernão foi o único ou um dos poucos sobreviventes), pela superstição na divina presença, reverência ao rei e sequioso de lucro, foi por aí que se abriu a ferida que alimentou o vermelho do lado esquerdo da nossa bandeira em séculos de domínio em todos os hemisférios.

Peregrinação é sobretudo um excelente documento de viagens à época, ornamentado profusamente de detalhes psicológicos e sociais que nos levam a compreender muito bem o funcionamento da sociedade medieval (fortemente estratificada, absolutamente dividida, cegamente religiosa e de sobreviventes tenazes). E é de leitura fundamental a qualquer português.

Lido por aí em dois dias de repente.

ZEITGEIST :: ADDENDUM




Este poderá ser é o olho perscrustador de Peter Joseph no seu novo doc que surge no seguimento lógico de Zeitgeist e que foi por isso intitulado de Zeitgeist Addendum. Aquele é de 2007 e este já de final de 2008 e é extraordinário pensar a quantidade de trabalho de investigação envolvido!

Zeitgeist Addendum, tal como Zeitgeist The Movie, foi também premiado no Festival Artivist (que revela obras de arte relacionadas com movimentações críticas e activismo, apresentando trabalhos de artistas proactivos e engajados politicamente) que passou neste Dezembro também por Lisboa e simultaneamente em outras cidades. O rol lúdico e a paciente desconstrução do sistema financeiro é neste Addendum levado ao extremo do detalhe, enquanto que no primeiro o realizador / documentarista apenas se tinha debruçado sobre ele.

O seu olhar crítico (leia-se mordaz) e a sua desarmante lucidez serve-nos sem atavios e sem máscaras a realidade bancária actual (minando o odioso paradigma da Globalização) para construir e apresentar uma nova sociedade utópica que a alguns níveis se me afigura como impossível.

Ele serve-nos os factos, mas eu não sou positivista se bem que ainda e muito orgulhosamente idealista, mas o que é bem verdade é que depois de o filme me ter aberto bastantes portas que seguiam encerradas sobre inúmeras questões importantes (o intrincado sistema financeiro à cabeça) é que se me paira uma pergunta na mente:

Como poderia funcionar tão perfeitamente esta nova sociedade sugerida, se o omnipresente poder e a constante sobreposição da sede deste sobre as liberdades do outro, são tão obviamente indestrinçáveis da maneira de ser humana?

Em todo o caso e mesmo depois de tantas questões e dúvidas surgidas, o filme é de ver e por essa mesma razão : por libertar o sentido crítico em nós.

Visto em ronronagem de casa em Domingo pela noite.

Ligações :

Artigo Lendas : http://lendaselegendas.blogspot.com/2008/05/zeitgeist.html
Zeitgeist / Zeitgeist Addendum : http://www.zeitgeistmovie.com/
Artivist Festival : www.artivists.org

DO EASY

Gus Van Sant resume o ensaio Do Easy, do maior toxicómano de todos os tempos, esse guru da droga, William S. Burroughs (o tal que depois deu a alucinação bruta Festim Nu de Cronemberg, a partir do Naked Lunch - Alucinações de um Drogado).

DE - Do Easy - é uma maneira relaxada de fazer as coisas, a teoria da descontracção a realizar passo a passo todas as tarefas e movimentos, mesmo as mais mínimas possíveis para obter uma máxima eficácia e um nulo constrangimento - e foi Burroughs a teorizar sobre isto, a criar o ensaio sobre realizar calma e descontraidamente!

Será possível modelar mesmo as nossas mais trapalhonas idiossincrasias a uma maneira mais burilada de realizar as coisas?


Visto aqui e ali, em presença de mim.

Link |
http://www.youtube.com/watch?v=7qNkWml3ztA&feature=related

Ensaio de Burroughs | http://www.yellowpress.org/Do%20Easy

7 de jan. de 2009

Bem-vindo 2009!

Foi através do Polegar Verde
que tomei conhecimento do vídeo que quero partilhar no Lendas e Legendas:

"Why Does It Always Rain On Me - Live 8 Live"


Já fizeste as tuas resoluções para o ano 2009?

5 de jan. de 2009

CAOS CALMO




Não se poderia encontrar título mais apropriado para um dos filmes que mais me cativou nestes últimos meses – e não, não farei lista de melhores ou piores de 2008, odeio listas desse género em que se cataloga quando o critério é tão díspar.

Em Caos Calmo Nanni interpreta um pai que fica viúvo num repente e se vê a braços com a pequena filha para educar. Enternecedor filme que parece surgir dessa relação simples de pai com filha, a complexidade surge na caracterização das personagens e no burilar das relações que se vão estabelecendo e recuperando: Nanni perde a mulher enquanto salvava outra de morrer afogada mas percebe-se entretanto que já a ia perdendo e com ela a filha aos poucos também. A dedicação extrema ao trabalho em detrimento da família vai-se consumindo quando Nanni se apercebe dessa perda progressiva. A filha não chora e o pai preocupa-se em protegê-la esperando a erupção, ocupando para isso o pequeno jardim defronte da escola da filha dias a fio, recebendo os elementos e tomando como ponto de fuga o rectângulo de janela da sala de aula da filha. Preocupado no porquê desta não se emocionar com a perda da mãe é ele próprio que se questiona do não se emocionar - assumindo que o comportamento da filha é o reflexo do seu e que nesse pequeno balanço sentimental é que se debate o passar dos dias.

Nesse pequeno mundo entre bancos de jardim, a escola, as árvores e o café, Nanni estabelece uma série de relações com passante e recebe visitas de amigos enternecidos, do irmão preocupado, da cunhada neurótica, de colegas de trabalho em sobressalto por uma luta de poder e até de um surpreendente Roman Polanski no papel de seu superior hierárquico.

Este jardim é uma metáfora da vida e dos encontros que vamos tendo e todos os seus pequenos cenários representam o que vamos levando e reconhecendo como belo e como importante - a atraente rapariga com o cão que o estuda de longe, o jogo do alarme do carro com o rapaz com síndroma de Down e a sua mãe, a filha que aparece e reaparece à janela a um dado momento, a uma dada hora, o fleumático dono do café, o momento de saída das crianças da escola e do aproximar dos pais sorridentes, os vizinhos dos prédios em volta e os professores e as crianças que acompanham a filha no interior da casa que estuda com o olhar horas após horas. Neste exterior que vai habitando estabelece-se uma serenidade, um pacífico estar que se contrapõe ao seu caos interior, esse caos calmo que se vai consumindo até que finalmente desague em lágrimas.

Nunca chegamos a conhecer a mulher e mãe que desapareceu, mas aproximamo-nos tanto deste homem que o tomamos como nosso, como nós, como tudo. E a cena com Polanski é dos mais magníficos momentos que vi no cinema - aquela bola de cristal, aquela inviolável bolha que se vai montando, indiferente a toda a vida que lhe gira em volta, é absolutamente extraordinário!

Numa óptica de classificações daria a este filme o máximo possível pois preencheu-me duma maneira que não esperaria possível ao entrar na sala de cinema - mas é um Moretti todavia, e deste sempre se espera esse toque e mesmo que o filme surja assinado por um Antonello Grimaldi é a Moretti que se deve o guião, a genuína interpretação e o toque estético e sentimental. Dos melhores filmes que vi até hoje e a não perder, sem dúvida!

Visto no cinemas UCI em presença de ti – mit dir andrea

Enlace | www.imdb.com/title/tt0929412