
Hilariante como sempre, neste Há festa na Aldeia (Leão d'Ouro), Tati compõe um desastrado carteiro, cheio de barroquismos nos gestos e com especial tendência a meter-se em trapalhada sobre trapalhada enquanto tenta terminar a ronda de entrega de cartas. O filme é hilariante e vive sobretudo do gesto, toda a linguagem é mínima e por vezes abdica-se totalmente desta tornando-a imperceptível, ruído de fundo. Em todos os filmes de Tati isto é bem marcado, abundando o gesto em detrimento das falas (e existindo, quase todas inaudíveis), mas convenhamos, ele era mimo e como mimo, é a pantomima do seu corpo e face que nos atrai.
Jour de Fête tem cenas em que me desmancho completamente como a que o carteiro é desviado da ronda para coordenar a colocação do poste para a festa, ou a cena do café em que o embebedam conscientemente, ou ainda a da entrega de carta 'à americana' que termina com uma trapalhona queda a um rio.
Como curiosidade refira-se que este filme seria o primeiro francês - falamos de 1949 - filmado a cores, o que não aconteceu por falha da tecnologia que era ainda experimental. Salvou-se o filme pois Tati decidiu filmar simultaneamente a pb - o filme como ele o pretendia seria finalmente lançado em 1995, com cores que preenchem o ecrã e se assumem expressionistas.
A ver - é delicioso! Revisto em delicodoce manhã domingueira.
2 comentários:
Fiquei com curiosidade de ver este filme - parece bem divertido!
E onde desencantaste tais obras?
bjnhs
oii
já conheço tati há imenso tempo - amo o playtime, é das coisas mais perfeitas que já vi em cinema! é esmagador!
tenho 4 filmes d tati, dps empresto.t: playtime, mon uncle, jour d fête e les vacances d m hulot! são todos lindosssss!!!!
bjju
Postar um comentário