30 de abr. de 2008

LET THE RIGHT ONE IN

Let the Right One In, de Tomas Alfredson é um filme sueco transposto a partir do livro de John Ajvide Lindquist (de que segue a imagem) e apresentado sobre o tópico Laboratório no seio do Indie Fest de Lisboa - que está ainda a decorrer até ao próximo Domingo e que conta com 238 filmes em exibição entre estreias, primeiras obras, competição de curtas nacional e internacional, competição de longas nacionais e internacionais, Indie Music, filmes-concerto, festas, conferências, ciclo de novo cinema romeno, retrospectiva Guerín, retrospectiva Johnnie To, Indie Junior... O programa é imenso e intenso e incomoda por serem tão vastas as possibilidades! Aqui segue o site oficial :

[V Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa]

Por ser tão difícil a escolha, fiz ontem algo que raramente faço [acho que foi a segunda vez, já o tinha feito da primeira vez que fui ao Fantasporto] e que foi pegar em mim e noutros amigos e ir ver um filme sem ter qualquer ideia sobre o que iríamos ver, completamente espontâneos, totalmente inesperados!

O que encontrámos foi uma interessante variação sobre o mais que explorado tema do vampirismo e que me fez sentir como se estivera no Porto, numa qualquer sessão do Fantas! O filme cresce em nós ao revelar-nos a improvável relação entre um miúdo de 12 anos e a sua amiga vampira, das dores de adolescente, às pequenas descobertas do companheirismo e às tumultuosas relações com os outros que se resolvem na cena final, no ocaso da ligação afectiva entre os dois. Não posso nem gosto de pontuar, detesto categorizar seja o que for que fuja a um simples e verdadeiro gosto, mas em pequeno exercício de forma, diria que este filme não recebe estrelas mas andará pelo meio da segunda parte de uma possível tabela de valores - a ver, portanto!

Visto na magnífica sala do Cinema São Jorge, Av Liberdade, LX

29 de abr. de 2008

A Maior Flor do Mundo

Produção da Continental Producciones.
Esta curta-metragem foi a vencedora na categoria de melhor curta-metragem de animação na 6.ª edição dos Prémios Mestre Mateo, concedidos anualmente pela Academia Galega do Audiovisual.

28 de abr. de 2008

21



21 é um filme baseado na história real de estudantes que usaram a sua inteligência para ganhar dinheiro, no jogo de cartas Blackjack, nos casinos de Las Vegas.
O jovem actor Jim Sturgess é o estudante principal desta história e o seu professor de matemática é o fantástico Kevin Spacey.
O filme surpreendeu-me do início ao fim! Gostei mesmo muito!
Com filmes destes vale a pena o aumento do preço dos bilhetes de cinema! (que aqui já vai quase nas 7 libras!...)

27 de abr. de 2008

Shortbus



Recommended by my friend So, este filme, apesar das cenas explícitas de sexo, acho que pretende ser sobre amor e sexualidade, mais do que sobre sexo. Sofia é uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo, James e Jamie são dois homossexuais que pretendem uma terceira pessoa na relação (no final percebe-se o porquê) e a Severin, uma dominadora que quer ter uma relação estável com alguém. Acabam todos por se conhecer e encontrarem-se numa espaço underground conhecido por Shortbus. Nós, espectadores, somos uns voyeurs (e como tal, também participantes) destes retratos da intimidade.

26 de abr. de 2008

DIF MAG

Depois de ter revelado a Parq tenho que desvendar a sua irmã mais velha neste segmento de contaminação urbana via revista mensal, a DIF Mag.

A DIF Magazine apresenta-nos tudo de novo que se faz a nível urbano, desde design, música, moda e streetart e presenteia-nos sempre com magníficas produções de moda e se bem que o formato não seja original nem cheire a novo, esta revista é sempre a companheira de tardes solarentas de café bem preenchidas de conversas de amigo ou de estadia por casa em dias e noites mais frias para que nos aqueça a curiosidade de saber e de fazer.

Foto do último número de Abril de 2008, n57
Falarei da OBSCENA a seguir..

O GABINETE DO DOUTOR CALIGARI

O Gabinete do Doutor Caligari de Robert Wiene de 1920 é um dos primeiros clássicos de terror e sendo um filme a desbravar um género foi marcante para o que seria feito depois por Murnau e Lang, na esteira desse Expressionismo Alemão. É um filme mudo que joga com os mecanismos do surreal e do improvável para nos devolver um terror crescente, efeito ampliado pelos belíssimos cenários e toda a envolvente musical sugerida - a(s) reviravolta(s) finais [twist] são desconcertantes.

É fundamental vê-lo para perceber a história e a evolução do cinema e deixar-nos levar por essa atmosfera emprestada - empestada - do horror sem artifícios de monta.


Visto no Bacalhoeiro - Associação Cultural em LX, com dois músicos improvisando sobre o filme uma banda sonora de momento (mesa de som com samples, percursão e contrabaixo). Lindo!

TRAFFIC

Traffic é a crua realidade exposta do mundo da droga que escapa a um olhar atento e é um assombro de filme - bem ao género de 'quase' dogma 95 num ano que foi bem produtivo para Steven Soderbergh - realizou também esse panfleto feminista Erin Brockovich. Levanta demasiadas questões antecipadamente sem resposta e é assustadora a forma como nos achamos conformados perante a poderosa máquina dos cartéis mexicanos/dealers americanos (acompanhamos o trajecto descendente da personagem de Michael Douglas e da sua filha).

Este dado por si é inquietante: os senhores da droga mexicanos sobre o qual recai o objecto abjecto deste filme têm um orçamento infinitamente superior ao da agência estatal de luta contra a droga americana, a DEA!

O grão do filme choca-nos pela sua crueza, mas é assim, com toda a sua fealdade, com toda a sua angústia, sujo e poeirento, que tudo isto deve ser apresentado. O filme é por demais conhecido, já todos o viram certamente, queria apenas partilhar o tê-lo [re]visto numa tarde entorpecida de copos e conversa prolongada nesse espaço que adoro do Crew Hassan, projectado sobre uma tela da sala de Djing. E quem não o viu ainda que veja rapidamente, pois é material de culto sobre tema de choque.

Visto no centro de artes Crew Hassan, às Portas de Santo Antão, LX

23 de abr. de 2008

The Fox Busters


Comecei a ler este livro há 2 anos.
Sim. Ok, podem rir. Muito alto! Eu deixo.
O meu rapaz achou que este livro era uma boa maneira para me iniciar na leitura em inglês. Não podia estar mais enganado! Literatura infantil não significa literatura fácil. Neste caso significa "bem difícil"! Não entendia palavra atrás de palavra. E fui deixando o livro de lado... Mas como não gosto de deixar livros a meio, achei que as férias seriam uma boa altura para o terminar. E sempre teria o meu "dicionário" automático mesmo ali ao lado :)
The Fox Busters fala da vida das galinhas da Foxearth Farm e dos problemas que umas certas raposas começaram a criar. Transcrevo uma parte do prólogo:
"The chickens of Foxearth Farm were a very special lot and far more difficult to catch than the average, fat, dull chicken. (...) they had long legs which made easier to run away (...).They are quick-witted too, and never dawdled about the farm daydreaming. But most important of all, they could fly! They really could fly - up and away and out of the reach of foxes.
The Foxearth fowls found their names on the bits of writing scattered about the farm, like Fisons and Leyland, Trespassers and Beware Of. Then one day (...) a bold rooster bearing the noble name of Massey-Harris became the father of three chicks so exceptional that they deserved the honour of being given brand new names for it turned out that the astonishing sisters Ransome, Sims and Jefferies could fly a great deal faster, higher and farther than any chicken had done before them."
O autor Dick King-Smith teve uma quinta e foi daí que retirou muitas ideias para escrever sobre animais.
Das coisas que achei mais piada foi aos nomes que as galinhas davam aos pintainhos. Qualquer coisa escrita passava a nome próprio no universo do galinheiro. A avó Goodyear é um bom exemplo!
A forma de pensar destas galinhas também me fez rir várias vezes, assim como o horror a algumas expressões/palavras que nós, humanos, usamos no dia a dia!
"There were a number of words not normally used in polite conversation within the flock. These were almost without exception terms relating to the shameful uses to which people put the chicken and its product, the egg. Verbs like 'to roast', 'to grill', or 'to fricassé', nouns like 'giblets', 'livers' and the disgusting 'omelette', adjectives such as 'fried', 'scrambled', 'baked', 'poached' and 'Scotch' - all these came under the general heading of 'fowl language', and were only made use of very occasionally at times of stress."
Deixo-me de inglesises e volto aos livros em português! ufa ;)

A não perder!

Trailer Blindness

22 de abr. de 2008

Prémios, notícias e outros tais

Há mais uma nova secção no Lendas e Legendas.
Esta chama-se Preciosidades e Prémios e terá notícias relativas a livros e filmes: notícias sobre lançamentos de livros/estreias de cinema; festivais; prémios; e outras notícias que se relacionem com estas artes.
Espero que vos seja útil. :)

Os vinhos e vinhas de Portugal

Não irei massacrar com conteúdos descritivos. Quero apenas partilhar umas curiosidades de um dos capítulos deste livro, aquele que fala sobre as rolhas de vinho e a cortiça. Provavelmente vocês já sabem o que vou partilhar. Se assim for, apenas ficará registada a minha ignorância, mas aqui vai...
O sobreiro precisa de 25 anos até que se possa tirar a cortiça! Depois desta primeira vez, só 9 anos depois se pode voltar a retirar (entre Junho e Setembro). E mais 9 anos depois (já a árvore tem 43), é que a cortiça terá a qualidade necessária à produção das rolhas para o vinho. E esta, hein?

19 de abr. de 2008

REC

REC, filme de Jaume Balagueró que ganhou o Grande Prémio do Fantasporto deste ano é uma colecção de referências cinéfilas produzido na esteira da escola fantástica catalã, ou fantástica escola do fantástico catalão - começando por George Romero, viajando por Blair Witch Project e bebendo ainda muito da tradição nipónica dos filmes de terror.

O filme é soberbo, faz-nos acompanhar uma equipa de repórteres por BCN cobrindo um aquartelamento de bombeiros numa presumível saída rotineira que descamba para um insuspeito pesadelo.

O ritmo, a textura, as intencionais quebras e falhas e os grandes planos, apresentam-nos um quase Dogma 95 que, no entanto, não obedece aos cânones do género estabelecido na Escandinávia; contribuindo sim, para um constante clima de terror, de espera por uma presença oculta e maligna que pode inesperadamente surgir ao virar do nosso olhar canalizado pelo olho telemétrico da câmara.


Este filme é imprevisível dentro da sua automática previsibilidade e verosímil o bastante para nos arrebatar da cadeira em febre de salto, não nos mantendo o suficientemente confortáveis como espectadores da reportagem em ataque de zombies.

Merece nota máxima na minha escala de adrenalina! A ver de assombro esperado!

visto nos cinemas UCI, CS gathering
http://www.recmovie.co.uk/flash/#/rec/

18 de abr. de 2008

Estreias de cinema nas Lendas e Legendas

A partir de hoje pode-se encontrar aqui, no lado direito, as estreias de cinema da semana em Portugal - é justo visto que 50% dos Descritores vive em Pt e é em português e para portugueses que partilhamos as nossas leituras visionadas.
Se alguém conhecer algum site onde se possa encontrar facilmente os livros editados em Pt, que me informe e terei muito gosto de acrescentar mais uma nova secção.
Boas estreias!

17 de abr. de 2008

La Vie en Rose




Desde miúda que escuto Edith Piaf (influência dos meus pais). Gostava (e gosto) da voz dela e da sonoridade das suas canções. Nunca pensei muito sobre como teria sido a sua vida. Mas isso mudou depois de ver La Vie en Rose. Percebi então que, afinal, as músicas dela transmitiam o que vivia e sentia.

Não lhe invejo a vida. Nem o bom nem o mau. Porque a seguir a alguma coisa boa parecia acontecer algo mau. Teve uma vida de excessos mas alcançou o sonho: cantar. E ela mesmo disse, já quase no fim da sua vida: "Non, je ne regrette rien"!

A Marion Cotillard esteve fantástica no papel de Edith Piaf e o Óscar para Melhor Actriz foi bem merecido! Vale a pena ver para ficar a saber mais sobre a vida de "La Môme".

3 de abr. de 2008

PARQ

Agora partilho outra das minhas paixões, a das revistas urbanas de tendências artísticas e de propagação da cultura/contracultura e subcultura pop e underground que inundam em crescente burbulhar e contínuo despontar este umbigo luso, esta LX.

Trago-vos a nova
PARQ, de peridiocidade mensal, intensa e catártica, muito bem recheada com inúmeras propostas para ver, fazer, usar e consumir, em contaminação doce pelo contacto dos digitais com as folhas e do intersectar do olhar pelas imagens. Soma-se esta a todas as outras de que irei falar oportunamente, como a Obscena, a TimeOut, a ConVida, a DIF, a LUX (do frágil), o Guia da Noite, a Umbigo, a Bíblia, a Agenda Cultural e muitas outras; aproveitei a tua deixa - Sis - para me furtar ao tema principal do nosso brok e partilhar convosco este apaixonante mundo das publicações urbanas, que se assume como um género especial de literatura - literatura urbana, neo yuppie, cyberpunk ou trendy, como quiserem - mas ainda assim com interessante substância a nível de reportagens, crónicas e ensaios.

Algumas notas : a Parq é gratuita e encontra-se por bares, discos e lojas pela LX toda - já a vi na FLUR, NOOBAI e CATACUMBAS. A foto que acompanha este apontamento é do primeiro número mas o terceiro está já a caminho, o de Abril. Corram ou encomendem (me).